Te apresento ao hospício.

Vocês bem sabem que eu sou estranha. Se não sabem, perceberão. Meu objetivo não é causar a reflexão de ninguém, apenas expor as minhas. Porque tinha de fazer isso em algum lugar. Se ajudar alguém, ótimo. Mas eu digo e repito, psiquiatria pro bono não é meu forte e eu não pretendo mudar isso. Para os que não entenderam, EU NÃO SOU UM OUVIDO AMBULANTE, tampouco ombro para que chores em cima. Se contradisse isso sem me consultar, você é só um emo abusado de quem eu muito provavelmente não gosto. Agora que cumpri minha meta de assustar-lhes, podem ler meus grandes e confusos textos. Ou não. Como diz minha esposa Priscila, tudo é relativo.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Confusão Interna

Eu não acho que tenha de explicar o meu passado para escrever sobre meu presente, até porque não tenho planos de mostrar o que escrevo para mais ninguém além das várias divisões da minha pessoa. E para vocês, é claro, porque eu realmente acredito que alguém leia o que eu escrevo...
Não sei se a falta de opções na vida é algo bom ou ruim. Em sua maioria, as limitações são frustrantes, mas nos empurram para o caminho certo. Enfeites, superficialidades... são todos atrativos para a estrada errada.
Eu, recentemente, não tenho tido muitas opções na vida. Estudo em um bom colégio, tenho amigos e família, mas não se pode avaliar o nível de desenvolvimento de um país pelo seu IDH, como diz meu amado professor de Geografia. Você tem que ir mais fundo.
Redescobri hoje que essa constante falta de escolha em relação aos meus planos não surte mais efeito frustrante em mim. Será que me acostumei? Isso definitivamente soa deprimente. O que é engraçado: não é.
Depois de quatorze anos de constantes negações vindas dos outros e de mim mesma, sinto que tudo o que eu não tive foi reposto por maturidade. Ah, a maturidade. Eu tenho consciência de que não estou nem perto de atingí-la, e também sei que 80% do meu ser é completamente adolescente e irresponsável. Mas sinceramente, são estes outros 20% que me diferenciam e afastam dos outros de minha idade.
Será um ciclo? As faltas de minha infância me fizeram crescer, e por consequência geraram as faltas em minha adolescência? Será que a parte adulta dentro de mim será sempre única em todos os aspectos, sem ninguém ao lado?
Não. É claro que não. Enquanto minha mente cresce conforme as pequenas infelicidades me atingem, meu corpo também cresce, muito mais lentamente. Algum dia, talvez, menina e mulher dentro de mim se equilibrarão. Talvez a menina dentro de mim creça por completo; Mas se isso acontecer, provavelmente a adulta virará velha; E serei sempre amarga e chata.
Essas reflexões são interessantes porque nunca de fato me atingem. É como se eu visse a pirralha escrevendo de cima, dentro de uma bolha, onde nada nem ninguém pode me alcançar. Mais ou menos como sinto quando converso com algumas pessoas, nenhuma delas pode me alcançar.
Claro, elas não são burras. São só.. fúteis. Eu tenho meus momentos também, como disse, 80% das vezes. Só que sinto que essa porcentagem diminui cada vez mais que a adulta dentro de mim observa quão ridícula é a maioria das adolescentes à minha volta.
Hipocrisia? Sim. Outra coisa engraçada: é exatamente por isso não suporto que me chamem de hipócrita.
Andei lendo. Nada muito relevante, leio romances, fantasias, terrores. Certamente mais relevantes do que os livros que a maioria das pessoas que conheço lêem, mas se eu tivesse tempo e concentração, gostaria de ler mais sobre história, ciência, sobre o comportamento humano, talvez os livros brasileiros sobre a época da Ditadura. Bem, a adolescente dentro de mim não me permite, tornando-me alguém sempre insatisfeito com os próprios interesses e saberes.
Seria isso sede de conhecimento? Não. É bipolaridade mesmo.

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