Te apresento ao hospício.

Vocês bem sabem que eu sou estranha. Se não sabem, perceberão. Meu objetivo não é causar a reflexão de ninguém, apenas expor as minhas. Porque tinha de fazer isso em algum lugar. Se ajudar alguém, ótimo. Mas eu digo e repito, psiquiatria pro bono não é meu forte e eu não pretendo mudar isso. Para os que não entenderam, EU NÃO SOU UM OUVIDO AMBULANTE, tampouco ombro para que chores em cima. Se contradisse isso sem me consultar, você é só um emo abusado de quem eu muito provavelmente não gosto. Agora que cumpri minha meta de assustar-lhes, podem ler meus grandes e confusos textos. Ou não. Como diz minha esposa Priscila, tudo é relativo.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Orgulhosa, eu?

Sentimentos, os malditos. Aqueles que te impedem de ser quem você quer. Que te magoam. E que na maioria das vezes não podem ser evitados uma vez que já convivem com sua pessoa. Agora, imagine se minha frase inicial não entregasse o prêmio; Imagine em que você teria pensado, em quem você teria pensado e agora sim pense: Você ama mesmo essa pessoa? Você realmente tem que se submeter a isso porque prometeu a ela amor eterno ou ser amigo para sempre? E mais importante, ela te merece?

Sempre penso muito sobre isso. Sobre as pessoas incômodas, ásperas e cínicas. As que estão sempre na defensiva e se recusam a acreditar nas diferenças. Que se recusam a ver no que você diz somente o que você disse, sempre atrás de significados ocultos. As que vivem da desconfiança, e se alimentam disso, tirando de você sua tão desejada calma e espontaneidade. Você se pega escolhendo cuidadosamente as palavras, simplesmente para não passar a idéia errada; E não somente em um assunto delicado, sério. Falar amenidades com esses indivíduos é um campo minado! Você se sente obrigado a falar, porém pressionado a ficar quieto. E entre suas pseudo-inseguranças, se espreme o seu verdadeiro ‘eu’, se perguntando para onde foi o espaço que antes ele tinha para se expressar. Lá se vai o seu conforto. E então você e sua consciência percebem que abriram mão de tudo isso por alguém que nem ao menos se importa com você, se é capaz de algo tão vil. E então seu respeito segue o mesmo caminho do conforto. Aquele maldito caminho que, ao contrário do que muitos pensam, tem sim volta, uma volta cheia de autoflagelação e desespero. E no meio do caminho de volta, todas as partes de você mesmo chegam juntas a uma só conclusão: Que diabos estamos fazendo aqui? Se, afinal, a culpa é toda dos sentimentos? Sim, os malditos do começo da história. Tudo culpa de uma analogia, uma incerteza. Mas não se engane; Chegar a esse ponto não quer dizer que seja tarde demais para chutar o imbecil que te rebaixou, conscientemente ou não. Só tenha certeza de fazê-lo de um modo tão divertido que recupere seu orgulho.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Amarga ilusão

Sim, de ilusão também se vive. Eu realmente acredito nesse ditado. Mas afinal, antes de escolher viver paralelamente à própria vida, é preciso saber o que é viver em essência. E é preciso se lembrar que se na realidade há mágoa, tristeza e desapontamento, em qualquer outro tipo de vida há também. Porque a cada vez que você se ilude para fugir da realidade, você sobe um degrau da escada que está destinada a cair com você em cima. Porque cada vida nova que você cria a partir do nada também acaba com algo muito menor do que o nada. Acaba com tudo, tudo acaba. E quando você percebe, está sentada na cadeira desconfortável que deu início a todas as ilusões anteriores, que presenciou a ascensão e queda de sua felicidade e que ironicamente te sustenta. Acabou-se tudo; a paz, a saúde e o amor. Sabe o que isso indica? Que é hora de começar de novo. E enquanto você não cai, bem... Aproveite.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Nomenclaturas, tão obtusas.

Meu nome é compreensão e eu não existo. Simplesmente finjo vagar por aí como se tivesse o direito, enganando e agradando aqueles à minha volta para depois decepcioná-los. Sim. Esse era o meu plano quando inventei a mim mesma. Mas de alguma forma ele deu errado. Não agrado à maioria e não suportaria decepcionar aqueles que com muito esforço conquistei.

Meu nome é compreensão e eu sou feita das pessoas. Daquelas à minha volta, das que não conheço e das que se inventam. De todas as pessoas, de toda a matéria, de toda a informação, me monto peça a peça torcendo sempre para obter um bom resultado no fim do quebra-cabeça; Não para satisfazer a mim mesma, mas para ajudar a equilibrar a enorme diferença entre mim e as pessoas inteiras, aquelas que eu tenho consciência de não merecer.

Meu nome é consciência e eu tenho milhares de vozes. Nelas milhares de tons, e neles milhares de notas. Meu nome é música e eu sou eclética.

Estou abaixo do mundo e não tenho nome. Não sei onde estou, não sei onde quero chegar. Isso tudo faz de você quem você é. Se é que você é alguém. Eu sou ninguém. Ninguém é como eu. Ser única é de certo modo não existir, e ser todas as coisas também. Ser única envolve ser relativa, ser pensativa e ter caráter; Ou não. Tudo depende. Só agradeço por ter a oportunidade de ser diferente da massa.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Confusão Interna

Eu não acho que tenha de explicar o meu passado para escrever sobre meu presente, até porque não tenho planos de mostrar o que escrevo para mais ninguém além das várias divisões da minha pessoa. E para vocês, é claro, porque eu realmente acredito que alguém leia o que eu escrevo...
Não sei se a falta de opções na vida é algo bom ou ruim. Em sua maioria, as limitações são frustrantes, mas nos empurram para o caminho certo. Enfeites, superficialidades... são todos atrativos para a estrada errada.
Eu, recentemente, não tenho tido muitas opções na vida. Estudo em um bom colégio, tenho amigos e família, mas não se pode avaliar o nível de desenvolvimento de um país pelo seu IDH, como diz meu amado professor de Geografia. Você tem que ir mais fundo.
Redescobri hoje que essa constante falta de escolha em relação aos meus planos não surte mais efeito frustrante em mim. Será que me acostumei? Isso definitivamente soa deprimente. O que é engraçado: não é.
Depois de quatorze anos de constantes negações vindas dos outros e de mim mesma, sinto que tudo o que eu não tive foi reposto por maturidade. Ah, a maturidade. Eu tenho consciência de que não estou nem perto de atingí-la, e também sei que 80% do meu ser é completamente adolescente e irresponsável. Mas sinceramente, são estes outros 20% que me diferenciam e afastam dos outros de minha idade.
Será um ciclo? As faltas de minha infância me fizeram crescer, e por consequência geraram as faltas em minha adolescência? Será que a parte adulta dentro de mim será sempre única em todos os aspectos, sem ninguém ao lado?
Não. É claro que não. Enquanto minha mente cresce conforme as pequenas infelicidades me atingem, meu corpo também cresce, muito mais lentamente. Algum dia, talvez, menina e mulher dentro de mim se equilibrarão. Talvez a menina dentro de mim creça por completo; Mas se isso acontecer, provavelmente a adulta virará velha; E serei sempre amarga e chata.
Essas reflexões são interessantes porque nunca de fato me atingem. É como se eu visse a pirralha escrevendo de cima, dentro de uma bolha, onde nada nem ninguém pode me alcançar. Mais ou menos como sinto quando converso com algumas pessoas, nenhuma delas pode me alcançar.
Claro, elas não são burras. São só.. fúteis. Eu tenho meus momentos também, como disse, 80% das vezes. Só que sinto que essa porcentagem diminui cada vez mais que a adulta dentro de mim observa quão ridícula é a maioria das adolescentes à minha volta.
Hipocrisia? Sim. Outra coisa engraçada: é exatamente por isso não suporto que me chamem de hipócrita.
Andei lendo. Nada muito relevante, leio romances, fantasias, terrores. Certamente mais relevantes do que os livros que a maioria das pessoas que conheço lêem, mas se eu tivesse tempo e concentração, gostaria de ler mais sobre história, ciência, sobre o comportamento humano, talvez os livros brasileiros sobre a época da Ditadura. Bem, a adolescente dentro de mim não me permite, tornando-me alguém sempre insatisfeito com os próprios interesses e saberes.
Seria isso sede de conhecimento? Não. É bipolaridade mesmo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Casa é onde sou livre para escrever.

Cá estou novamente. É bem acolhedor e exatamente o que eu procurava essa coisa de escrever em blogs. Estou ao alcance de todos, não estou? É como a vida real. Mas ninguém de fato me alcança. Seria bom que isso fosse também uma analogia à vida. Dá uma sensação de segurança que normalmente não consigo ter por ser uma pessoa muito paranóica. Sempre fui; A diferença é que hoje em dia a minha vida pouco me importa. Quero pelos outros. Não sei se isso chega a ser altruísta, já que - e isso soará bem egocêntrico, daí mais uma contradição - talvez as pessoas fossem sentir a minha falta se eu não fosse cautelosa comigo mesma.

Tudo é realmente contraditório e confuso para mim. Só para mim? Só para nós? Me pego imaginando se anos atrás também existia tal complexidade, os dilemas da vida; Se era tudo tão simples como relatado em filmes e livros, ou só faltava capacidade de compreensão para quem observava. De qualquer maneira, me parece que seria mais fácil viver no passado. Quando os dilemas eram complexos em sua simplicidade, mas que uma simples decisão acabaria com a agonia. Hoje não... Hoje um dilema não é entre duas opções, entre três. Existem várias, inúmeras opções e caminhos ao nosso alcance, e temos que tomar várias decisões para chegar ao destino ainda assim incerto.

Talvez essa seja a evolução que todos falam que algum dia acontecerá, mas ninguém percebe que já está acontecendo. Hoje temos capacidade de ver a complexidade em uma escolha e balancear as consequências de nossas decisões; Bem, a maioria de nós tem.

A minha conclusão é que a evolução nada mais é do que um agravante para a enxaqueca - para mim já insuportável - das pessoas do cotidiano.